Vinte e um de março é o Dia Internacional da Síndrome de Down. Para lembrar a data, apresentamos o recente filme "Colegas", em que três amigos apaixonados por cinema decidem partir em busca
de aventuras para realizar os sonhos de cada um. O filme tinha tudo para ser um “road movie” como dezenas de outros, não fosse
um detalhe: os personagens principais têm síndrome de Down. Mas, apesar desse
aspecto ser o diferencial do filme, o fato de eles serem “diferentes” não tem
um grande impacto na história, que se sustenta sozinha.
Stalone (Ariel Goldenberg), Ana (Rita Pokk) e Márcio (Breno
Viola) vivem em um instituto para jovens com síndrome de Down. Os três
trabalham na videoteca do local e adoram filmes. Um dia, inspirados pelo
longa-metragem “Thelma & Louise”, eles fogem no antigo carro do jardineiro
(Lima Duarte) e decidem realizar seus maiores desejos.
O que Márcio mais quer é voar, pois acredita que seus pais,
que morreram, moram na lua. Aninha quer se casar, porque seus pais prometeram
que a visitariam em sua festa de casamento. Já Stalone quer ver o mar pela
primeira vez. Ele jura que sua mãe fugiu e foi morar em Atlântida, o lendário
reino submerso no oceano.
No caminho, os três encontram várias pessoas que os
discriminam, mas nada os intimida na busca por seus objetivos. “O filme mostra
que nós somos pessoas normais. Isso ajuda a diminuir o preconceito que sofremos
todos os dias”, conta o protagonista Ariel, que tem várias peças de teatro e
trabalhos na TV no seu currículo de ator.
Já Rita, que almeja um casório no filme, teve um casamento
dos sonhos na vida real, com o colega de elenco Ariel. “Estamos juntos há dez
anos. Foram três anos de namoro e nos casamos em uma festa linda. Todos se
emocionaram”, explica a atriz, que agora
espera consolidar sua carreira. “Quero ser atriz e trabalhar no cinema
para sempre”, conta ela.
Já o desejo de Breno é diferente. Com a agenda lotada dos
compromissos – ele é faixa preta em judô e coordenador de conteúdo acessível do
Instituto Movimento Down – Breno quer
relaxar. “Queria estar em uma praia deserta cheia de mulheres bonitas”, brinca
ele, que tem fama de pegador, assim como seu personagem.
O diretor Marcelo Galvão conta que decidiu escrever o roteiro
em homenagem a um tio dele, Márcio, que era portador da síndrome de Down. “Fui
criado com ele e sempre admirei sua capacidade de acreditar nos sonhos. Ele via
tudo com um olhar lúdico, eu me identificava muito com ele”, conta Marcelo.
Márcio morreu aos 50 anos, no ano passado, quando o longa-metragem estava em
processo de filmagem.
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