quinta-feira, 21 de março de 2013

Quando ser diferente é (mais do que) normal


Vinte e um de março é o Dia Internacional da Síndrome de Down. Para lembrar a data, apresentamos o recente filme "Colegas", em que três amigos apaixonados por cinema decidem partir em busca de aventuras para realizar os sonhos de cada um. O filme tinha tudo para ser um “road movie” como dezenas de outros, não fosse um detalhe: os personagens principais têm síndrome de Down. Mas, apesar desse aspecto ser o diferencial do filme, o fato de eles serem “diferentes” não tem um grande impacto na história, que se sustenta sozinha.

Stalone (Ariel Goldenberg), Ana (Rita Pokk) e Márcio (Breno Viola) vivem em um instituto para jovens com síndrome de Down. Os três trabalham na videoteca do local e adoram filmes. Um dia, inspirados pelo longa-metragem “Thelma & Louise”, eles fogem no antigo carro do jardineiro (Lima Duarte) e decidem realizar seus maiores desejos.

O que Márcio mais quer é voar, pois acredita que seus pais, que morreram, moram na lua. Aninha quer se casar, porque seus pais prometeram que a visitariam em sua festa de casamento. Já Stalone quer ver o mar pela primeira vez. Ele jura que sua mãe fugiu e foi morar em Atlântida, o lendário reino submerso no oceano.

No caminho, os três encontram várias pessoas que os discriminam, mas nada os intimida na busca por seus objetivos. “O filme mostra que nós somos pessoas normais. Isso ajuda a diminuir o preconceito que sofremos todos os dias”, conta o protagonista Ariel, que tem várias peças de teatro e trabalhos na TV no seu currículo de ator.
Já Rita, que almeja um casório no filme, teve um casamento dos sonhos na vida real, com o colega de elenco Ariel. “Estamos juntos há dez anos. Foram três anos de namoro e nos casamos em uma festa linda. Todos se emocionaram”, explica a atriz, que agora  espera consolidar sua carreira. “Quero ser atriz e trabalhar no cinema para sempre”, conta ela.
Já o desejo de Breno é diferente. Com a agenda lotada dos compromissos – ele é faixa preta em judô e coordenador de conteúdo acessível do Instituto  Movimento Down – Breno quer relaxar. “Queria estar em uma praia deserta cheia de mulheres bonitas”, brinca ele, que tem fama de pegador, assim como seu personagem.

O diretor Marcelo Galvão conta que decidiu escrever o roteiro em homenagem a um tio dele, Márcio, que era portador da síndrome de Down. “Fui criado com ele e sempre admirei sua capacidade de acreditar nos sonhos. Ele via tudo com um olhar lúdico, eu me identificava muito com ele”, conta Marcelo. Márcio morreu aos 50 anos, no ano passado, quando o longa-metragem estava em processo de filmagem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário